A saudade e o voltar

O Minutos com os tachos tem andado parado já há muito tempo, muitos já perguntaram, o porquê dessa paragem. Na verdade foi pelos piores motivos que por aqui não marquei presença. Mas há mais uma estrela a torcer por mim, também para que o Minutos com os Tachos, seja motivo de Minutos felizes!!! Pois devemos forrar a vida de felicidade!
Estarei online, muito brevemente!!

Às 1h25m da manhã, do passado domingo, perdi um bocado de mim! A minha mãe morreu, também podia dizer, faleceu, como algumas vezes o disse, ou me disseram a mim, em jeito de eufemismo, só para tentar diminuir o peso da palavra morrer. 

É uma palavra que desconhecia! Não no sentido literário, mas sim no seu valor. Todos temos alguém conhecido de quem até gostamos muito e do qual sentimos pesar pela sua morte, mas o entendimento e o verdadeiro peso desta palavra só o senti agora. É avassalador, duro, estranho, é um vazio enorme! Mas a morte em toda a sua complexidade, é brutalmente simples, e encaro-a com a mesma simplicidade, por isso, digo morrer. Perder uma mãe doí muito. É um momento na vida, que é sem dúvida, angustiante, triste, mas ao mesmo tempo, foi para mim, uma lição de vida, aprende-se muito com a morte! Eu aprendi! Aprendi que quero ser mais como a minha mãe, mais generoso, mais amigo do meu amigo, mais terno, acima de tudo, melhor ser humano! Aprendi que devemos partilhar esta dor, aprendi que devemos chorar, de abraçar forte quem nos apoia. Aprendi que há momentos na vida que temos de os viver. Não é justo, fechar os olhos e não aceitar a ideia da morte, é cruel! O acontecimento da morte deve ser vivido e aceite. O luto deve ser vivido, a saudade deve ser vivida! Pode parecer estranho mas, a morte deve ser vivida! Não vivamos na ilusão de não a aceitarmos, pois a forma mais correcta de a aceitarmos, é vivê-la!

Tive a oportunidade de me despedir da minha mãe, de falar com ela, de dizer o quanto gostava dela, de lhe dar carícias no rosto, de lhe dar um abraço, de a ajudar a adormecer pela última vez. Senti e vi a morte a tomar conta do seu corpo frágil. Irei lembrar-me para sempre da sensação do seu corpo a ficar frio, do agarrar-lhe pelo braço e dar-lhe festinhas. Aceitei a morte. É importante aceitá-la. Penso que cada um deve aceitá-la à sua maneira. Pois o que fica e o que mais pesa serão sempre os bons momentos que passamos juntos. Essa é maravilha da vida!

Hoje lembro-me do sorriso da minha mãe, do “torcer o nariz”, seguido de um sorriso quando lhe dizia se queria um copinho de leite simples (pois sabia que não gostava), lembro-me de quando me pedia para me sentar ao seu lado no sofá, só para me ter por perto e me dar a mão. Lembro-me da minha mãe com um sorriso! Tenho saudades! Mas sei, confiante, que estará num lugar melhor!

Obrigado por tudo o que me ensinaste. Obrigado por teres sido a grande professora da minha vida! Amo-te!